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Updated: 18.12.2012 15:51
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Jetzt auch "Quilombolas" gegen Zellulosefabriken

Seit der Aktion landloser Frauen gegen Aracruz Zellulose im Süden des Landes gewinnt die "Bewegung gegen die grüne Wüste" im ganzen Land immer mehr an Kraft. Trotz einer landesweiten Hetzkampagne in den Medien und einer Kampfansage der Regierung an die Bewegung haben nicht nur mehrere Aktionsgruppen Landloser und AnwohnerInnen in verschiedenen Orten Aktionen gegen die grössten Zellulosewerke organisiert - indigene Gruppen folgten und jetzt auch Quilombolas (Quilombos hiessen die selbstorganisierten Orte entflohener Sklaven, von denen einige, teilweise auch innerhalb von Städten, weiter bestehen und die bestimmte Rechte haben - und mehr einfordern). Im Bundesstaat Espirito Santo haben Ende Juli 300 Menschen Eukalyptusbäume ausgerissen, die auf einem ehemaligen Quilombo-Friedhof gepflanzt worden waren und beschlossen anschliessend, das Gelände besetzt zu halten. In der Region von São Mateus (einst der fünftgrösste Sklavenhandels-Hafen des Landes) gab es bis in die 70 Jahre - als Aracruz anfing, in der Region zu investieren - noch rund 100 Quilombos, heute sind zwei Drittel von ihnen verschwunden, es gibt noch knapp über 30, in denen etwa 1200 Familien leben. Der Zusammenschluss der regionalen Quilombos will diese Vertreibungspolitik nicht nur beenden, sondern auch das Land wiederhaben. So wird es in der (portugiesischen, hiermit kurz zusammengefassten) Pressemitteilung "Quilombolas retomam área ancestral invadida pela Aracruz Celulose" der REDE ALERTA CONTRA O DESERTO vom 31. Juli 2006 berichtet.

Quilombolas retomam área ancestral invadida pela Aracruz Celulose

Na manhã do último sábado (29/07), 300 negros e negras das comunidades quilombolas do Sapê do Norte do Espírito Santo realizaram sua primeira ação na luta pela retomada de suas terras e ocuparam a área de um antigo cemitério quilombola, na Comunidade de Linharinho, município de Conceição da Barra. A área era coberta com plantios de eucaliptos da empresa Aracruz Celulose e fazendeiros da região desde a década de 70. Contaram com o apoio do conjunto de entidades e movimentos que participam da Rede Alerta Contra o Deserto Verde, inclusive do MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Direitos Humanos, indígenas Tupinikim e Guarani e estudantes.

“Queremos a terra que produz para as gerações futuras, não o eucalipto”, afirmou Domingos Firmiano dos Santos (Chapoca), integrante da Comissão Quilombola do Sapê do Norte. Ele explicou que, com a chegada da Aracruz Celulose, houve a expulsão das comunidades quilombolas da região, além da destruição das matas, poluição dos rios e córregos com agrotóxicos e um forte impacto sobre o modo de vida das comunidades que conseguiram resistir. “Hoje demos o primeiro passo na nossa luta, pois queremos todo nosso território de volta”, disse Chapoca.

Além da retirada dos eucaliptos da área do cemitério quilombola, foi feito um ritual afro descendente em homenagem aos guerreiros e guerreiras que libertavam seus irmãos escravos das fazendas e formavam os quilombos da região. Também foram plantadas mudas de árvores frutíferas, simbolizando o novo uso que as comunidades querem para a terra.

Uma grande Assembléia das Comunidades Quilombolas, que ocorreu na parte da tarde, decidiu por ocupar a área em que foram derrubados os eucaliptos a fim de pressionar para a demarcação do território de Linharinho. 9.542,57 hectares já identificados pelos estudos concluído pelo INCRA e publicado no D.O.U, como território quilombola da comunidade, mas a Aracruz Celulose contestou o estudo. Atualmente, o processo está novamente no INCRA e os quilombolas aguardam pelo parecer favorável a eles.

“Essa não é a primeira ação que fazemos contra a Aracruz Celulose e não pode ser a única”, afirma Gildásio da Costa Paim, integrante da direção estadual do MST. Ele disse ainda que o agronegócio no estado é representado pela monocultura do eucalipto e da cana. “A Aracruz é a representante das multinacionais na agricultura. Esse tipo de plantio não dá espaço para a produção de alimentos”, explica.

Além de invadir as terras quilombolas, a Aracruz Celulose detém a posse de áreas devolutas no ES, que deveriam ser destinadas para a Reforma Agrária.

Histórico da resistência quilombola

A região do Sapê do Norte (Conceição da Barra e São Mateus) concentrou muitos negros e negras desde o escravismo colonial. O Porto de São Mateus foi o 5º maior mercado de escravos do país e essa região tornou-se um grande símbolo de resistência, devido à formação de grandes quilombos.
Até a década de 70, antes da chegada da empresa Aracruz Celulose, havia cerca de 100 comunidades, com aproximadamente 10 mil famílias. Após a chegada da empresa, resistiram apenas 32 comunidades, com 1200 famílias. Houve, de fato, um processo de expulsão das comunidades de seu território e o plantio do eucalipto sobre as essas terras.

As famílias que continuaram na região sobrevivem em meio ao eucaliptal, sem área de plantio, sem mata, com água contaminada por agrotóxicos e sendo obrigadas a comercializarem resíduos do eucalipto para a produção de carvão como forma de conseguir algum recurso financeiro e garantir a sua sobrevivência.

Desde o ano passado, as comunidades formaram a Comissão Quilombola, com o objetivo de reunir todas as comunidades do Sapê do Norte e organizar a luta pela retomada do território. O objetivo dos quilombolas é conseguir a efetiva e definitiva posse de seu território, tomado pela Aracruz Celulose.

REDE ALERTA CONTRA O DESERTO


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